O prémio de risco da dívida portuguesa subiu para 5,14 pontos percentuais. A probabilidade de incumprimento continua a subir para Portugal, Itália e Espanha.
O prémio de risco da dívida portuguesa subiu hoje de manhã para 5,14 pontos percentuais, segundo a plataforma Tradeweb. É uma subida com algum significado face a mínimo deste ano, a 23 de janeiro (dia de “regresso aos mercados”), que se situou em 4,28 pontos percentuais (um nível aproximado do existente em final de março de 2011).
O mesmo movimento verifica-se para os prémios de risco da dívida espanhola e da italiana que subiram para 3,9 pontos percentuais e 3,42. Este prémio mede a diferença entre as yields dos Bunds e as yields muito mais elevadas de obrigações de outros países membros do euro, no prazo a dez anos. Os investidores para ficarem com obrigações dos países periféricos exigem yields mais elevadas do que para reterem nos seus portefólios títulos considerados seguros, como os Bunds.
A probabilidade de incumprimento da dívida portuguesa num horizonte de cinco anos aumentou para 30,37%, depois de ontem ter fechado em 30,19%, segundo dados da CMA DataVision. A mesma trajetória para Itália e Espanha, com destaque para o primeiro caso, cujo risco está, agora, à frente do espanhol. A probabilidade de incumprimento subiu para 23,18% no caso da dívida italiana e para 22,96% no caso da espanhola. Portugal encontra-se no 8º lugar do “clube” das 10 economias com maior risco de incumprimento no mundo, que é liderado pela Grécia e que tem Chipre na terceira posição. De novo, os países com maior subida diária do risco de incumprimento são Itália e Espanha.
O efeito do tsunami eleitoral em Itália continua a afectar o mercado da dívida. A agência de notação Moody’s já admitiu que a situação de impasse em Itália poderá levar a uma revisão da notação da dívida do país, que está atualmente em Baa2, ou seja, apenas dois níveis acima de situação de dívida especulativa (vulgo, “lixo financeiro”). A Associação dos Exportadores da Alemanha afirmou ontem que a possibilidade de uma “zona euro modificada” deverá ser reposta na mesa – um eufemismo para uma alteração da zona monetária unica com a saída de membros.
O Departamento do Tesouro italiano realiza hoje de manhã outra operação de colocação de dívida; desta vez, mais importante, com emissão de médio e longo prazo, via leilão, de títulos com prazo em maio de 2023 e novembro de 2017. Pretende colocar 4,75 a 6,5 mil milhões de euros. Ontem colocou bilhetes do Tesouro com prazo a seis meses, tendo arrecadado 8750 milhões de euros, mas tendo de pagar uma taxa de remuneração de1,237% contra 0,731% na emissão anterior similar em janeiro deste ano.
Fonte: Expresso