O sector segurador e dos fundos de pensões português mantém a sua “robusta capacidade”, resistindo à grave crise económica que o país vive, destacou José Almaça, presidente do Instituto de Seguros de Portugal (ISP).
“Em momentos de graves dificuldades económicas e de turbulências financeiras, o sector segurador e dos fundos de pensões foi capaz de manter boa parte das carteiras sob sua gestão, reforçando ainda as suas políticas de solvência”, sublinhou José Almaça, na mensagem de abertura do relatório de actividades e contas anuais de 2012, publicado nesta segunda-feira no Diário da República.
“As perspectivas a curto prazo conduzem-nos a um horizonte complexo com algumas incertezas, contudo, os dados afectos ao sector confirmam a sua robusta capacidade e pertinência, baseada numa evolução solvente, suportada numa gestão prudente”, reforçou o presidente do ISP.
Segundo o responsável, o modelo vigente tem ainda permitido “manter e criar emprego”.
Almaça assinalou que “as limitações orçamentais têm forçado a redução da despesa em diversas áreas”, reconhecendo que “tal facto tem conduzido ao aumento das dificuldades em manter o actual estado do bem-estar”.
Assim, o presidente do ISP considerou que são necessárias “profundas reformas que se irão reflectir na base económica de vários sectores”, garantindo a disponibilidade do sector segurador para “desempenhar um papel relevante na inversão do actual ciclo negativo, fornecendo soluções que complementam ou substituam as actualmente existentes”.
Um dos efeitos da crise sobre o sector segurador sentiu-se na quebra da produção das companhias, conforme Almaça reconheceu na mensagem hoje divulgada.
Em Março, foi noticiado que as seguradoras que actuam no mercado português aumentaram os lucros para 542 milhões de euros em 2012, tendo desembolsado mais de 330 milhões de euros em impostos a favor do Estado.
O crescimento significativo dos lucros das cerca de 40 seguradoras que actuam no mercado português, quando comparados com os resultados praticamente nulos de 2011 (10 milhões de euros), é justificado pelos resultados financeiros, que acompanharam a melhoria significativa dos mercados ao longo do ano passado, ao passo que os resultados técnicos se mantiveram estáveis.
Nota para o aumento significativo dos capitais próprios do sector, que subiram mais de 1500 milhões de euros, superando pela primeira vez os 5000 milhões de euros, o que representa já quase 10% do activo total.
Fonte: Dinheiro Digital