A Eslovénia não vai pedir ajuda internacional após o resgate a Chipre, assegurou hoje a nova primeira-ministra de centro-esquerda Alenka Bratusek, ao referir que a sua prioridade consiste na reforma do sistema bancário esloveno.
“A Eslovénia é capaz de sair [da crise] por si própria”, assegurou no Parlamento Alenka Bratusek, no decurso de uma sessão de perguntas ao Governo, e quando nos últimos dias aumentaram os rumores sobre a necessidade de um resgate ao pequeno país do norte dos Balcãs, após a crise em Chipre.
“A nossa principal prioridade consiste na reformulação do nosso sistema bancário, e o ministro das Finanças está a trabalhar de dia e de noite”, acrescentou. O ministro Uros Cufer, antigo analista da Nova Ljubljanska Banka (NLB), o principal instituto bancário do país, dispõe “de bons conhecimentos na matéria”.
Antigo aluno modelo da zona euro, que integrou em 2007, a Eslovénia entrou em recessão em 2012, que se deverá prolongar por 2013. O seu sistema bancário está confrontado com uma soma considerável de créditos malparados, e que segundo o Fundo Monetário Internacional atingem os sete mil milhões de euros.
O novo Governo de coligação, investido pelos deputados eslovenos em 20 de Março, deverá prosseguir a aplicação das medidas do precedente gabinete de centro-direita dirigido pelo conservador Janez Jansa, destinadas à reestruturação do sistema bancário.
De acordo com as recomendações de peritos, deverá ser reformulada a lei que prevê um “bad bank”, uma estrutura provisória destinada a absorver os activos tóxicos, e ainda a relacionada com a gestão das empresas públicas.
Em 18 de Março o FMI calculou em mil milhões de euros as necessidades de recapitalização dos três principais bancos eslovenos em 2013, uma verba que poderá aumentar em caso de deterioração da situação económica.
“Vão também ser reforçadas diversas medidas que foram negligenciadas, como as destinadas a estimular a economia e criar empregos”, precisou Alenka Bratusek, que também admitiu um amento do IVA “se necessário” e a necessidade “de uma melhor colaboração com o sector público”.
“A austeridade não terminou”, advertiu ainda a primeira mulher a ocupar a chefia do Governo desde a independência em 1991 desta antiga república da extinta Jugoslávia federal.
As taxas de juro da dívida eslovena a dez anos continuaram a aumentar hoje, devido aos receios de um pedido de ajuda europeia ao país. Pela primeira vez, ultrapassaram a barreira simbólica dos 7%, considerada inatingível a longo prazo para um país, contra 6% na terça-feira e 5% na semana passada.
Fonte: Sol