A contracção do PIB prevista pelo Governo é até três vezes mais forte do que o executivo espanhol projectava até agora.

Em vésperas de apresentar o plano orçamental de Espanha para os próximos anos, o ministro da Economia, Luis de Guindos, veio baixar as expectativas sobre a evolução da actividade económica na quarta maior economia da zona euro. Em vez de uma contracção de 0,5% como previa até aqui, o executivo espanhol conta que a economia caia afinal entre 1% e 1,5% em 2013, segundo avançou ao The Wall Street Journal.

A revisão em baixa das previsões económicas – num quadro de recessão mais forte na zona euro – representa uma contracção do PIB até três vezes mais forte do que o executivo projectava. E aproxima a previsão das últimas projecções do Fundo Monetário Internacional (uma contracção do PIB de 1,6%) e Comissão Europeia (uma queda de 1,4%).

Portugal tem na União Europeia os seus principais parceiros comerciais e Espanha é o principal mercado de destino das exportações nacionais, que deverão abrandar em 2013 dado o desempenho económico negativo no espaço da moeda única.

A previsão de uma recessão mais forte em Espanha será clarificada a 26 de Abril, quando o Governo de Mariano Rajoy divulgar o Plano de Estabilidade e Crescimento para os próximos anos.

É num contexto de recessão na zona euro (e de abrandamento da economia mundial) que o ministro espanhol da Economia negoceia com Bruxelas uma flexibilização das metas do défice. O objectivo actualmente fixado com as autoridades europeias é de um défice máximo de 3% do PIB em 2014.

Ao The Wall Street Journal, Luis de Guindos garantiu que não serão anunciadas medidas de austeridade de grande dimensão – o objectivo do Governo, disse, é antes conseguir um equilíbrio entre uma redução do défice mais espaçada e crescimento económico, sem que o país se desvie das “reformas estruturais” iniciadas.

Segundo o FMI, que na semana passada reviu em baixa as previsões económicas mundiais, Espanha deverá, tal como a zona euro, regressar ao crescimento em 2014, a uma taxa de 0,7%.

Questionado sobre que medidas o Governo espanhol está a tomar para combater o desemprego em Espanha, onde 26,3% da população activa não tem emprego, segundo o Eurostat, o ministro da Economia reconheceu que o número de pessoas sem emprego no país é “muito elevado”. Nada disse, porém, sobre medidas concretas, referindo apenas a reforma laboral como um elemento que, combinado com o potencial de crescimento da economia ao crescimento, começará “a dar frutos” no mercado de trabalho.

De Guindo acredita que as previsões que o Governo vai apresentar até ao final do mês vão ser bem recebidas pelos investidores.

Fonte: Público

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