As empresas do Complexo Químico de Estarreja estão aflitas com o que pagam de energia e, apesar de ainda não estarem a pensar em deslocalizar a produção para fora de Portugal, querem que o Governo os ajude a baixar os custos, alterando alguma da legislação atual que consideram desadequada.

“A energia pesa, em alguns casos, quase 50% dos custos da indústria, porque temos uma necessidade muito grande de eletricidade e de gás natural, até como matéria-prima, e pagamos muito porque a lei diz que temos de temos de usar média tensão e pressão, mas a alta tensão e pressão é mais barata”, disse ao DN/Dinheiro Vivo, o secretário-geral da Associação das Indústrias de Petroquímica , Química e Refinação (AIPQR), Amaro Nunes.

De acordo com os números fornecidos por este responsável, as empresas do Complexo Químico de Estarreja – Air Liquide, Cires, Dow e Cuf – consomem cerca de 500 GWh de eletricidade (500 mil MWh) e pagam 65 euros por cada MWh, o que dá 32,5 milhões de euros por ano. E de gás, consomem perto de 100 milhões de metros cúbicos (m3) que custam 40 cêntimos por m3, ou seja, cerca de 40 milhões de euros.

É por isso que Amaro Nunes diz que o Governo tem de olhar primeiro para as empresas que cá estão antes de começar a atrair novo investimento estrangeiro.

“Não há vontade de nenhuma das indústrias do Complexo sairem daqui, mas estamos a chamar a atenção para o perigo de se irem embora”, disse, lembrando que as quatro empresas em Estarreja empregam 600 pessoas e têm um volume de negócios de 600 milhões de euros, dos quais 410 milhões são exportados.

Fonte: Dinheiro Vivo

Comentários

comentários