A recuperação dos mercados acionista e, sobretudo, obrigacionista registada em 2012 teve um impacto muito positivo nos resultados das seguradoras que operam em Portugal. Contas feitas, o sector segurador fechou o ano passado com um resultado global de quase 542 milhões de euros, bem acima dos 10,2 milhões alcançados em 2011. Os números foram ontem divulgados pela Associação Portuguesa de Seguradores (APS) e, ainda que sejam provisórios, estão muito próximos do saldo final.
“Os números foram melhores do que o previsto. Os resultados do setor são muito sensíveis às variações dos mercados financeiros, nos quais se assistiu a uma recuperação muito significativa em 2012”, afirmou Pedro Seixas Vale. O presidente da APS sublinhou que “essa evolução positiva dos mercados originou uma valorização dos ativos e dos investimentos, e os resultados do sector refletiram essa recuperação”.
Além disso, para o saldo do sector em 2012 contribuiu ainda a operação extraordinária de cedência da carteira de seguros de vida do Santander Totta.
A APS revelou ainda que o sector contribuiu com mais de 330 milhões de euros em impostos para os cofres do Estado, a que correspondeu uma taxa de tributação superior a 38%.
Em termos de ramos, o Vida foi o principal motor da performance do sector, ao contribuir para as contas com 740 milhões de euros, enquanto que o ramo Não Vida contribuiu com quase 108 milhões. Neste último segmento, a componente de Acidentes de Trabalho pesou nos números finais, com resultados negativos de 119 milhões de euros. Já o ramo Doença, ou seja os seguros de saúde, registou uma ligeira melhoria, ainda que os números continuem a ser negativos em 970 mil euros, explicada pela relação entre a diminuição de custos com os sinistros e um aumento dos prémios.
Em sentido inverso, no ano passado assistiu-se a uma diminuição dos prémios pagos nos seguros de Acidentes de Trabalho e de Automóvel, neste último caso devido ao facto de circularem menos carros e, consequentemente, menos sinistros.
Os dados da APS apontam igualmente para um aumento significativo dos capitais próprios do setor, que subiram mais de 1,5 mil milhões de euros e superaram a fasquia dos 5000 milhões de euros pela primeira vez, bem como o reforço dos níveis de solvência.
Relativamente às expectativas para o sector em 2013, Pedro Seixas Vale afirmou estar menos otimista. “O ano não vai ser tão favorável, porque a evolução dos mercados e a valorização dos ativos não vai ser igual à de 2012. Ainda que os resultados técnicos possam ser um pouco melhores, não esperamos este ano o mesmo nível de resultados de 2012”.
Fonte: Dinheiro Vivo