Mesmo em crise, a dona dos azeites Oliveira da Serra aumentou facturação no último ano.

A Sovena, que detém os azeites Oliveira da Serra, facturou mil milhões de euros no último ano, o que representa, apesar da crise, um crescimento face aos 960 milhões de 2011. O administrador da empresa do grupo Nutrinveste, António Simões, explica – em entrevista ao programa Grandes Negócios do ETV – que a maior fatia deste valor chega dos mercados internacionais, já que “80% das vendas são feitas fora do país”.

Espanha é o primeiro mercado para a Sovena: vale 30% do total, seguido pelos Estados Unidos (EUA), onde são o primeiro importador de azeite, com uma quota que atinge já 20%. Nesta lista surgem depois Angola, Brasil e também China que “ganha relevância”, revela o administrador.

A estratégia de internacionalização da empresa, que é hoje o segundo maior produtor mundial de azeite, começou cedo nos chamados “mercados da saudade”- os países de expressão portuguesa foram o primeiro alvo, uma vez que “há um reconhecimento e tradição do que é português”. Mas depressa a Sovena se lançou para novos mercados. A Sovena exporta hoje para mais de 70 países e está presente em sete: além de Portugal, Espanha, EUA, Brasil, Tunísia, Chile e Marrocos.

Crescer mais fora do país
O mercado brasileiro assume-se como muito relevante, com a marca de azeite Andorinha entre os favoritos dos brasileiros. Mas a Sovena “quer mais” além do mercado brasileiro. De acordo com António Simões, a empresa quer que o ‘país irmão’ de Portugal funcione como “um pólo de desenvolvimento para a América Latina e que tenha a dimensão do negócio na América do Norte”.

Mesmo sendo mercados mais distantes, Índia, China e Rússia já têm boa aceitação do azeite português. No caso da China, “o mercado tem crescido entre 20 e 30% ao ano” e as estimativas são de que, “dentro de três a quatro anos, este mercado seja maior que o brasileiro”. Já no caso português, o gestor admite que a situação é mais complicada, dado que se tem “assistido a uma estagnação do consumo” e a Sovena “tem sofrido, sobretudo do ponto de vista das margens”. Por isso, a estratégia da Oliveira da Serra para o mercado nacional “é resistir e adaptar a marca às necessidades do mercado neste momento”, como por exemplo o preço.

O azeite Oliveira da Serra é líder de mercado, uma posição alcançada em 2011, garante o gestor, o que se deve “ao belíssimo trabalho das pessoas responsáveis pelo ‘marketing'”, assim como à “aposta em factores diferenciadores, numa área onde não é fácil fazer a diferença”. São exemplos de inovação a tampa ‘pop-up’ e a garrafa PET do Oliveira da Serra.

Outro passo importante, realça António Simões, “foi a integração da cadeia de valor e a possibilidade de explicar aos nossos consumidores que o azeite que vendemos é português”. No campo agrícola, a Sovena tem um dos maiores olivais do mundo e em 2010 investiu dez milhões de euros num lagar em Ferreira do Alentejo. São já três lagares, juntando o de Espanha e de Marrocos – e há mais um previsto em Portugal.

Fonte: Económico

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