Em 2020, Portugal vai precisar de 15 mil profissionais de TIC. Os próximos cinco anos revelarão um potencial de 110 mil empregos na área.

As projecções do Consórcio Maior Empregabilidade realizadas para Portugal apontam para cerca de 15 mil potenciais empregos, não preenchidos por falta de mão-de-obra em 2020, cerca de cinco vezes mais do que a falta de profissionais em TIC em 2012. Já em 2015, serão necessários 8100 profissionais em TIC e os dados revelam que, em 2020, haverá um nível de potencial de 110 mil postos de trabalho nesta área.

As Tecnologias de Informação são a área com maior potencial de emprego no futuro devido à falta de profissionais da área, como explica o relatório: “numa situação de elevado desemprego na Europa e em Portugal e de elevadíssimo desemprego de jovens, é quase paradoxal como, em determinados segmentos profissionais, como este, a procura, em crescimento contínuo, de mão-de-obra especializada permaneça sem resposta. E muitas destas vagas manter-se-ão por preencher a não se que seja feito um maior esforço para atrair jovens para a educação em TIC e para reconverter pessoas desempregadas. A mobilidade internacional é, também, outro mecanismo possível para dar resposta a este problema.

Uma das razões para esta falta de mão-de-obra especializada é um insuficiente fluxo de graduados nos domínios nucleares da profissão, como as ciências da computação. A fuga dos alunos da matemática e outras ‘hard sciences’ são apontadas como as grandes responsáveis para esta falta de procura nos cursos desta área. Mas não só. Outra das razões é o facto de este ser um domínio profissional que tem vindo a ser alimentado tipicamente por profissionais vindos de fora e de jovens graduados, não em TIC, mas em áreas relacionadas com as ciências, engenharias e matemáticas. O que, ao mesmo tempo, abre novas hipótese a novas possibilidades, quer para um sector que carece de mão-de-obra, quer para pessoas e jovens acabados de sair dos estudos à procura de um novo emprego.

E a prova de que não é opção desistir é que, nos últimos anos, Portugal tem vindo a afirmar-se como um destino atractivo para os investimentos de multinacionais do sector que se instalam no país: centros de I&D, centros de competências e contact centers.

Os dados sugerem que as profissões qualificadas dedicadas à gestão, arquitectura e análise de negócio, do ponto de vista dos sistemas de informação e comunicação, serão as que mais crescerão mais (44% até 2020), enquanto ao nível dos especialistas, o crescimento do emprego estimado para o mesmo período é de 15,9%.

Ainda assim, os desafios são muitos e o relatório aponta alguns: “a necessidade constante de adaptação ao avanço da tecnologia, das suas aplicações e dos novos serviços e produtos daí decorrentes; a crescente importância das competências de I&D, design e gestão, arquitectura, análise de negócios e integração de sistemas de informação e comunicação; desenvolver melhor negócios a partir das TIC e da internet; necessidade de explorar a emergência de novas aplicações digitais para criar negócios e start-ups com potencial de crescimento; capacidades de comunicação, gestão de projectos, resolução de problemas, e outras “soft skills”.

 

Fonte: Económico

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