Três semanas depois dos ataques, a resposta. Num artigo hoje publicado no New York Times, Carmen M. Reinhart e Kenneth S. Rogoff defendem os resultados do estudo que fizeram sobre o impacto da dívida pública nas hipóteses de crescimento. 

“O nosso estudo em 2010 mostrava que, a longo prazo, o crescimento é um ponto percentual mais baixo quando a dívida está acima dos 90%. Os investigadores da Universidade de Massachussetts não contestam esta descoberta”. Depois, os dois dois académicos lançam duas perguntas: 1) é a dívida alta que reflete o fraco crescimento e fracas receitas fiscais? ou 2) É a dívida elevada que leva a fraco crescimento?

Segundo Reinhart e Rogoff, os números mostram que as duas tendências se verificam, apesar de não existir uma regra geral. E garantem que nunca afirmaram que o patamar de 90% era um “limite mágico” que altera os resultados do crescimento, “como sugeriram alguns políticos conversadores”, acrescentam. “O que nós descobrimos é que os episódio de dívida alta (90% ou mais) foram raros mais longos e penalizadores. (…) As economias com menos de 90% de rácio dívida/PIB cresceram a um ritmo médio anual de 3,5% e o rácio era inferior, de 2,3%, para as economias mais endividadas” .
No final, Reinhardt e Rogoff concluem: “Numa análise histórica, muitos países têm dívidas públicas muito elevadas, sobretudo quando os programas médicos e de pensões são levados em conta. Resolver esses fardos de dívida implica, normalmente, uma transferência, às vezes dolorosa, dos aforradores para os credores. Desta vez não há nenhuma diferença e nem as  últimas divagações académicos nos devem afastar desse facto.

Fonte: Dinheiro Vivo

Comentários

comentários