Ainda não há acordo com a troika, e a sétima revisão do programa português vai prolongar-se pelo menos pelo fim-de-semana. Até ontem, as questões mais importantes permaneciam em aberto.

A começar pelo corte dos quatro mil milhões de euros. Paulo Portas apresentou aos chefes de missão o guião para a reforma do Estado, há cerca de uma semana, no MNE: pediu três anos para o concretizar, dando as linhas gerais das áreas em que o Governo pretende fazê-lo. Sugeriu que a concretização ficasse em aberto para mais perto do Orçamento de 2014 – sendo os cortes de 2015 definidos apenas daqui a um ano. E que não ficasse definido ainda quanto se cortará em cada um dos três anos. Para ir ajustando à evolução da economia, portuguesa e europeia, e para ter flexibilidade na implementação.

Sugeriu até mais: que nos cálculos dos quatro mil milhões contassem também algumas reformas já iniciadas e que começarão a dar frutos em breve. Caso da reorganização dos tribunais ou da extinção de freguesias. A soma não dará muito, mas pode chegar aos 300 milhões de euros. Seria esforço a que o Governo se pouparia. Portas já tinha sensibilizado Gaspar para essa hipótese no Conselho de Ministros antes da avaliação. Mas ficou sem resposta da troika.

Mesmo assim, Portas achou que a mensagem tinha passado. E seguiu viagem para a Índia – ficando a partir daí mais longe das negociações.

Fonte: Sol

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