Governo irlandês anuncia acordo que alivia calendário de financiamento. Missão externa terminou em Dublin mais uma avaliação do plano de resgate financeiro.

Ao fim de nove avaliações ao plano de ajustamento financeiro na Irlanda, a missão da troika dá sinais de que o país se prepara para terminar o programa de resgate. O Governo irlandês espera que tal aconteça até ao final do ano e a equipa da Comissão Europeia, do Banco Central Europeu (BCE) e do Fundo Monetário Internacional (FMI) garante que está a preparar o terreno.

O novo exame da missão externa à implementação do memorando de entendimento terminou nesta quinta-feira em Dublin, com elogios ao “forte” cumprimento de medidas acordadas, a “progressos” no sector financeiro, mas com alertas sobre o aumento do desemprego e a dependência das exportações daquilo que for a recuperação económica dos parceiros comerciais da Irlanda.

No mesmo dia em que a troika garantiu, em comunicado, estarem em curso discussões técnicas com o objectivo de a Irlanda ter uma “saída bem-sucedida e duradoura” do resgate, o primeiro-ministro, Enda Kenny, anunciou ter conseguido aliviar o calendário de financiamento de curto prazo da Irlanda.

Em causa está uma troca de dívida de curto prazo e uma redução das taxas de juros no quadro do financiamento acordado para salvar o Anglo Irish Bank e o Irish Nationwide. Ou seja: prazos mais alargados para reembolsar as notas de crédito que têm a ver com as intervenções no sector financeiro.

Foi com este trunfo que Enda Kenny se apresentou no Parlamento em Dublin, antes de seguir para a cimeira de líderes em Bruxelas, onde o comissário europeu dos Assuntos Económicos, Olli Rehn, repetiu a posição da troika, elogiando aquilo que diz ser o “bom caminho” da Irlanda.

A avaliação da troika sobre as condições de financiamento do Estado irlandês é positiva. Para a missão externa, o facto de a coligação governamental manter uma implementação “forte” e “robusta” do memorando ajudou a melhorar a posição dos bancos e as condições de acesso aos mercados de dívida.

A confiança internacional no país aumentou, sustenta a Comissão, lembrando o programa de compra ilimitada de dívida do BCE. Mas essa confiança continua a ser vulnerável face ao nível da dívida pública e privada, acrescenta.

troika continua a prever uma retoma gradual da economia do “tigre celta”, prevendo agora um crescimento de 1% neste ano e de 2% no próximo. O crescimento das exportações será um ponto-chave da retoma e estará, assim, dependente da evolução da economia da zona euro e da economia global.

O combate ao desemprego é outra das preocupações que a troika entende que devem ser prioritárias. No sector privado, prevê uma retoma da criação de postos de trabalho neste ano, mas apenas uma descida gradual da taxa de desemprego.

Fonte: Público

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